André Breton (Tinchebray, Orne, 1896 – Paris, 1966).
Escritor e poeta francês, André Breton foi um teórico do Surrealismo, tendo publicado em 1924 o Primeiro Manifesto Surrealista. A difusão deste texto programático colocou em questão conceitos estéticos estabelecidos, e contribuiu para que o Surrealismo se tenha tornado um movimento europeu alargado, abrangendo todos os domínios da arte. Neste âmbito, autores há que consideram ter tido Breton um papel decisivo para fazer do Surrealismo o encontro da temporalidade do mundo, com valores eternos como os do amor, da liberdade e da poesia.


Marc Chagall (Vitebsk, Bielorrúsia 1887 - Saint-Paul de Vence, França 1985).
Pintor, gravador e vitralista bielorusso, Marc Chagall foi um dos maiores artistas surrealistas do séc. XX. Sendo autor de obras em que se destaca a fantasia, Chagall desenvolveu temas centrados em recordações de infância, contos, histórias, lendas judaicas e cristãs, e temas centrados na arte popular russa. Em muitos dos seus trabalhos ao criar uma atmosfera em que impera a imaginação, em detrimento de regras de representação em perspetiva, surgem por vezes seres e objetos como que a flutuar no ar. Para além da pintura e de outras formas de expressão, Chagall ilustrou a Bíblia e as Fábulas de la Fontaine.


Salvador Dali (Figueres, Espanha, 1904 - Figueres, 1989).
Natural da Catalunha, Salvador Dali foi um importante pintor surrealista. As suas obras criam enorme impacto visual pela surpreendente combinação de figuras fantásticas, oníricas, metafísicas.
Tendo recebido influências dos mestres renascentistas, Dali revela uma extraordinária qualidade plástica. A Persistência da Memória, de 1931, é a sua obra mais conhecida.
Para além da pintura e da escultura, Salvador Dalí desenvolveu, também, trabalhos no domínio da escultura, da fotografia e do cinema, neste caso em parceria com Walt Disney e Alfred Hitchcock.

Juan Miró (Barcelona, 1893 - Palma de Maiorca, 1983).
Igualmente natural da Catalunha, Juan Miró foi também um relevante pintor e escultor surrealista, e um dos mais prestigiados artistas do séc. XX. No início dos anos 20 conheceu um dos maiores impulsionadores do Movimento Surrealista: André Breton.
Participou na Primeira Exposição Surrealista em 1925. A partir de 1944, realizou também projectos em cerâmica e escultura. Nas suas obras, principalmente nas Esculturas-Objeto, justapôs múltiplas formas e materiais inutilizados, desenvolvendo um imaginário criativo e surpreendente. Na pintura usou de forma muito expressiva pontos, linhas e alguns símbolos.


René Magritte (Lessines, Bélgica, 1898 – Bruxelas, 1967).
De origem belga, René Magritte foi um dos maiores pintores surrealistas. As suas obras, mediante a conjugação de objetos comuns e símbolos recorrentes - tais como o chapéu de coco, o castelo, a rocha e a janela - apresentam-se como metáforas de uma realidade insólita, sedutora e transcendente.

Mário Cesariny (Lisboa, 1923 – Lisboa, 2006).
Pintor e poeta, Mário Cesariny é considerado um dos principais representantes do Surrealismo português.
A sua atividade estética carateriza-se pela constante experimentação plástica, tendo utililizado uma técnica muito difundida entre os autores surrealistas: o Cadáver Esquisito.
Cesariny desenvolveu, também, uma enorme variedade de acções de transformação do real quotidiano, das quais nasceram múltiplas colagens, objetos e instalações.

Cruzeiro Seixas (Lisboa, 1920).
Sendo um dos mais brilhantes representantes da Pintura Surrealista em Portugal, Cruzeiro Seixas foi amigo de Mário Cesariny integrando, com este último, o designado Grupo Surrealista de Lisboa.
Pintor, escultor, ilustrador e poeta, Cruzeiro Seixas, mediante uma imagética invulgar, criou composições que enfatizam o valor do onírico. Considerando ele próprio que os Objetos que realizou - designadamente
L' Opresseur
, composto por um cubo branco, uma esfera preta, uma velha torneira e uma pluma - são o melhor da sua obra, Cruzeiro Seixas expressou, também, o seu pensamento visual, em múltiplos cadáveres esquisitos, em colaboração com autores como Mário Cesariny.
A seu respeito diz Sarane Alexandrian:

Em seus poemas, Cruzeiro Seixas é pintor, ele faz ver o que ele diz; em suas pinturas ele é poeta, suas imagens despertam no espírito analogias verbais. Seus desenhos são poesia visível; seus poemas em prosa, (...), são quadros animados.


[voltar à página anterior]